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Vida de Agricultor
Editoria

Conheça a história de Tatiana Cocarelli

Administradora, esposa, mãe, agricultora e sucessora

Por Nutrien Brasil -

Tatiana é a terceira geração de agricultores da família, tradição iniciada pelo seu avô Adriano Cocarelli, pequeno produtor em Dumont, sítio no interior de São Paulo, onde produzia algodão e cana-de-açúcar em pequenas áreas. E foi ali onde cresceu observando a família cultivar a terra.

 

A agricultora se lembra das histórias que o avô e seu pai contavam sobre o trabalho pesado e braçal da época “Eu lembro do meu avô falar que as primeiras roças dele eram plantadas com um burrinho puxando, abrindo o suco pra eles jogarem a semente na terra. Então percebemos de lá pra cá quanta coisa mudou, a agricultura se modernizou e como trabalho naquela época era rudimentar, o homem do campo sofria com escassez de tecnologia e informação”.

 

Sua família sempre foi uma referência muito forte, o pai Aparecido Aldemir Cocarelli foi um homem trabalhador que com o cultivo de amendoim no interior do estado de São Paulo conseguiu adquirir uma área em Goiás, lugar onde os negócios expandiram “meu pai foi um grande visionário, meu pai fez tudo acontecer”. Nos três primeiros anos, quando veio para Goiás, Aparecido dormia em uma barraca de lona levantada na primeira área que adquiriu.

 

Já sua mãe, Maria Elizabete Geroldo Cocarelli, sempre foi o suporte da casa e a ensinou os nobres valores de ser uma esposa e mãe dedicada à família; ela foi uma guerreira em suportar por muitas vezes a saudade dos filhos que ficavam em São Paulo, enquanto ela e o esposo concretizavam um sonho na cidade de Rio Verde (GO).

 

A avó, Maria Murilha Cocarelli, também foi inspiração. Sempre estava na lida do campo, “chegavam a brincar que ela para ser um homem só faltava a calça, pois estava sempre à frente dos trabalhos e dando ordens ‘Trocou o filtro? Viu o nível do óleo do trator?’ Então isso daí já começa a criar uma solidez no meu objetivo, começou a dar um norte para a minha vida”.

 

Ainda na infância e adolescência, enquanto os pais ficavam em Goiás durante todo o período de plantio da soja e colheita, Tatiana e o irmão, Cristiano Cocarelli, continuaram morando em Dumont. A saudade era um sentimento sempre presente “eles voltavam para passar o Natal com a gente e depois, quando chegava a época de colheita, eles retornavam para Goiás. Foi muito difícil para mim ficar longe da minha mãe nesses períodos”.

 

Os valores familiares e o exemplo de determinação nortearam Tatiana no seu objetivo de contribuir com os negócios da família. Ela tem muito orgulho de continuar a história de seu pai, um visionário que enxergou na região de Rio Verde, na década de 80, a oportunidade de expandir seu negócio na agricultura. O pai sempre motivou seus filhos a entender os negócios e trabalhar “Começamos muito cedo a ficar por dentro do que acontecia e aprender com ele, apesar de uma pessoa simples, meu pai sempre teve uma expertise muito grande para a negociação. Ele sempre foi um grande professor”.

 

Em 1995, os filhos do seu Aparecido Aldemir Cocarelli já ajudavam efetivamente nos negócios. Nesse mesmo período, a família foi surpreendida por situações delicadas. O pai de Tatiana acabara de ser diagnosticado com Mal de Parkinson. Foi nesse momento em que ela e o irmão, se viram no dever de assumir mais responsabilidades nos negócios do pai “A gente começou a assumir mais coisas no trabalho e meu pai entendeu e começou a entregar um pouco mais também”. Poucos anos depois, Tatiana perdeu o irmão, um momento muito difícil e muito doloroso para todos. Com o pai mais debilitado pela perda do filho, Tatiana viu em sua mãe uma força sem igual “Para minha mãe também foi muito difícil, mas a mulher tem uma força, o instinto da mulher de cuidar da família criou uma fortaleza dentro dela”.

 

Diante de tudo, Tatiana começou a tomar decisões de uma forma muito mais ampla, participando e trabalhando ativamente, mas sempre com o consentimento do pai “eu acho que entre nós sempre teve um elo muito forte, ele confia em mim e eu sempre o respeitei, independente de qual fosse a vontade dele, por mais que hoje ele esteja mais afastado, eu sempre o consulto para as decisões mais importantes”.

 

Em um universo ainda predominantemente masculino, como o agronegócio, a agricultora se destaca como uma produtora arrojada que sabe dar valor às suas origens e está sempre em busca da melhor produtividade.

 

Formada em administração de empresas, seu desejo mesmo era de ter feito agronomia, mas seu pai, sempre muito conservador, não concordou com sua saída para estudar longe de casa. A orientação de cursar administração veio dele, assim ela poderia ajudar em partes que ele tinha dificuldades como a responsabilidade de escritório, documentos “Eu gosto da administração, de planejamento estratégico, tanto que hoje eu atuo na parte administrativa e o Luiz Henrique, meu esposo, fica responsável pelo campo”.

 

Tatiana considera que os valores encontrados dentro da família são característicos da agricultura e que refletem no trabalho “O histórico da agricultura no Brasil e mundo tem caráter familiar, a agricultura é sustentada pelos valores patriarcais, e eu acho isso muito bonito”.

 

Atualmente ela é casada e tem dois filhos, Pedro Henrique de 12 anos e Maria Eduarda de 10 anos. Como mulher, mãe, esposa e produtora rural vê o empoderamento feminino como página virada, para ela muitas são as histórias de fé e coragem de mulheres no agro que fizeram a área ser desenvolvida, esposas e filhas que arregaçaram as mangas e ajudaram e ainda ajudam nos negócios, “a mulher na história da humanidade tem um contexto maravilhoso de luta e de conquista, imagine as mulheres que juntamente aos seus maridos desbravaram regiões produtivas do Brasil há 50 anos atrás por exemplo, são muitas histórias de fé e coragem que elas vivenciaram e vivenciam até hoje”.

 

A administradora nunca sentiu dificuldade em trabalhar com os homens “na grande maioria das vezes os homens sempre apoiam a participação da mulher, eles não enxergam como uma competição”, mas reconhece que a mulher sofre com a desvantagem salarial.

 

Para a agricultora, a mulher tem uma característica própria do feminino em conseguir dosar a razão e a emoção, isso faz toda a diferença no processo e acredita que as mulheres podem contribuir muito no campo com a sustentabilidade. “Nós temos a sensibilidade, o cuidado, a inovação e empreendedorismo. Não é à toa que o termo ‘mãe natureza’ é mãe, e não pai.”

 

Sobre as tecnologias tudo o que tem de novo e moderno Tatiana quer ver, experimentar e implementar na propriedade, “é um caminho que não tem volta. A tecnologia é uma grande aliada ao processo, permitiu nas últimas décadas melhor rendimento nas produtividades quanto a produção de grãos; e será a garantia de produção de alimentos no futuro”.

 

Quanto às críticas ao agronegócio, é incisiva ao dizer que é uma grande injustiça com o produtor brasileiro “o agro infelizmente é marginalizado pela própria população brasileira. Nós temos, nas grandes regiões agrícolas do Brasil, agricultores de alto nível de profissionalismo, que entendem a importância e investem na preservação. Eu acho um erro muito grande pegarem uma pequena parcela e julgar o todo”.

 

Ela acredita que a mudança deve começar na educação das crianças dentro das escolas e cita um dia em que estudando com seu filho, leu que o produtor poluía o meio ambiente com químicos “ele olhou pra mim e perguntou ‘vocês fazem isso na fazenda mãe?'”.

 

Mesmo sendo sucessora, Tatiana dá liberdade aos filhos para escolherem suas profissões “eu quero que eles sejam felizes, porém tenho a forte esperança de que eles continuem a contribuir na produção de alimentos para o mundo”.


Nutrien Brasil
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