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Um dos componentes mais importantes para o desenvolvimento da agricultura foi a pesquisa em fertilidade de solo e as inovações cientificas e tecnológicas que permitiram o uso eficiente de corretivos e fertilizantes, principalmente no que diz respeito ao aumento da produtividade, sem esquecer os outros fatores de produção.
Segundo dados da FAO (Food and Agriculture Organization - Organização para a Alimentação e Agricultura), cada tonelada de fertilizante mineral adequadamente aplicado por hectare, alcança sua máxima eficiência, equivalendo a produção de quatro novos hectares sem adubação. É, portanto, indiscutível a inter-relação entre fertilidade do solo e produtividade agrícola.
As plantas para se desenvolverem necessitam de luz, ar, água, temperatura adequada e elementos minerais denominados nutrientes, que devem estar disponíveis e serem absorvidos em proporções adequadas, seja via solo ou via folha (suplementação).
Cada nutriente tem função específica nos metabolismos das plantas e podem ser divididos em dois grandes grupos:
Macronutrientes: nitrogênio (N); fósforo (P); potássio (K); cálcio (Ca); magnésio (Mg); enxofre (S);
Micronutrientes: manganês (Mn); zinco (Zn), cobre (Cu), ferro (Fe), molibdênio (Mo), boro (B); cloro (Cl).
As características naturais dos solos não dispõem da quantidade necessária de nutrientes para assegurar altos índices produtivos. Neste sentido, a relação fertilizante x produtividade desempenha papel fundamental, uma vez que os fertilizantes corrigem e aumentam os nutrientes para que as plantas tenham bom desempenho com alta produtividade.
Sendo a adubação um pilar do sistema produtivo, quando realizada de maneira correta e otimizada, resulta não somente em ganhos na produtividade, mas também em melhor sanidade.
Existem diversas opções de fertilizantes disponíveis no mercado, podendo ser:
Mineral ou orgânico;
Natural ou sintético;
Supridor de um ou mais nutrientes as plantas.
Além disso, os fertilizantes são classificados de acordo com diversos critérios:
Natureza do Nutriente contido: Nitrogenados, Fosfatados, Potássicos, Cálcicos, Magnesianos, Sulfurados, com Micronutrientes);
Critério químico: Fertilizantes Minerais, Orgânicos, Organominerais;
Critério Físico: Sólidos, Líquidos ou Fluidos.
Em geral, a escolha do tipo do fertilizante depende de inúmeros fatores, como a cultura que está sendo adubada, resultados das análises de solo, análise de tecido foliar, amostragem de talhões e estratégia de decisão de cada agricultor.
A escolha do fertilizante começa antes da compra
Antes de iniciar um manejo de adubação é necessário conhecer as condições da fertilidade do solo para estabelecer qual o produto agrícola mais adequado.
Para avaliação da fertilidade do solo e do estado nutricional das culturas, recomenda-se o uso de três métodos:
Diagnose visual;
Diagnose foliar;
Análise química do solo.
O método mais usado e difundido entre os produtores é a análise do solo, que pode ser dividida em três grandes etapas:
Coleta das amostras de solo: é considerada a etapa mais importante e crítica de todo o processo, tendo em vista que uma pequena porção de terra representará alguns hectares e, caso seja feita de maneira incorreta, o resultado irá influenciar diretamente no bolso do produtor, no futuro.
Análise laboratorial: tem como principal objetivo indicar os nutrientes e as condições químicas disponíveis para as plantas, a fim de direcionar a intervenção da adubação da forma mais assertiva, precisa e sustentável possível, para que o máximo do potencial produtivo seja alcançado. A época e a frequência vão depender da disponibilidade de recursos financeiros e da forma como o produtor conduz suas lavouras.
Interpretação dos resultados e tomada de decisão: Como cada cultura tem uma exigência nutricional diferente e cada estado do país utiliza a sua tabela de referência, não é possível estabelecer um padrão sobre o que é considerado um resultado positivo ou negativo em um laudo.
Para obter resultados verdadeiramente precisos e que consigam representar de forma confiável a gleba amostrada, alguns critérios devem ser observados e seguidos.
Durante todo o processo de análise de solo, o mais indicado é procurar um engenheiro agrônomo, assistência técnica ou empresa de consultoria para garantir que a pessoa responsável pela amostragem tenha pleno conhecimento e consciência das etapas a serem seguidas e, por fim, garantir que a tomada de decisão seja feita em conjunto com produtor e de acordo com a estratégia mais adequada.
O exemplo do uso de fertilizantes no cultivo da soja
Na soja, assim como na maior parte dos cultivos, um dos fatores que pode limitar a produtividade está ligado ao manejo de adubação empregado, fundamental para incrementar a produtividade do cultivo, principalmente em solos tropicais, que é típico das principais regiões produtoras de alimentos no Brasil.
Os nutrientes que a soja mais absorve do solo são fósforo, potássio e enxofre e, portanto, são os que mais vão precisar de reposição. Além disso, tem o nitrogênio, mas este pode ser introduzido através da inoculação das sementes de soja, uma vez que a necessidade da cultura é normalmente satisfeita através da fixação biológica.
Neste processo, deve-se seguir as recomendações para alcançar a eficiência desejada, selecionando estirpes de bactérias adequadas para a região, utilizando-se de metodologias adequadas para o preparo e aplicação dos inoculantes.
No entanto, a utilização de doses de até 20 kg/ha de N (ou até um pouco superiores), junto com a formulação de plantio, pode ser desejável em condições de menor eficiência dos nódulos, como em áreas com palhada de gramíneas ou aberturas de áreas degradadas. Esse nitrogênio será também importante para a formação de raízes na fase de crescimento da planta e será de grande importância se ocorrerem problemas hídricos, como um veranico durante o ciclo.
O agricultor deve considerar também os parâmetros que interferem na disponibilidade e retenção dos nutrientes (pH, CTC, textura) e aqueles que afetam o desenvolvimento das plantas (alumínio e sódio).
A adubação possui uma relação direta com a produtividade, é importante que o produtor busque a racionalização da adubação nos tempos de crise, mas sem perder a força produtiva da soja. É sempre importante buscar por produtos mais eficientes e práticas que permitam evitar desperdícios de nutrientes e perda de eficiência no momento da aplicação.
Não existe uma recomendação única de adubação para o cultivo, uma vez que vai depender da situação em que se deseja cultivar a soja, condições locais particulares de nutrição do solo, microbiologia, além da grande influência dos diferente de sistema de cultivo e manejo da soja.
Porém, qualquer que seja a situação, é recomendado que se faça a análise dos teores dos nutrientes no solo. Com o solo devidamente amostrado, enviado para análise e com os resultados em mão, procure um engenheiro agrônomo para receber as recomendações e planejarem juntos a adubação da soja.